CURSO: ELABORAÇÃO DE PROJETOS
NTE CONCÓRDIA / MEC
PROFESSORA/TUTORA – karen Angélica Seitenfus Auler
CURSISTA – Marli Teresinha Dal Bello Franck

ATIVIDADE 2: DIÁLOGO TEÓRICO: FERNANDO HERNÁNDEZ E O PROJETO DE TRABALHO

Sempre que se trabalha com projetos se abre a possibilidade de ampliar os conhecimentos nos alunos, pois os mesmos participam de todas as etapas do estudo.
Segundo o que pensa Fernando Hernandez em relação a projetos, ele defende que a escola deve ser um espaço onde se possa construir uma nova relação educativa, baseada na colaboração em sala de aula, na escola e com a comunidade. A escola deve ser um local onde se possa soltar a imaginação, o risco para explorar novos caminhos e que o conhecimento seja o objetivo e a educação seja voltada para a cidadania.
O educador inova, busca e pesquisa para melhor construção do conhecimento, o ensino com pesquisas e projetos envolvendo grupos pequenos que trabalhem no projetos, centrados no mundo real e na comunidade, onde ressalta que o educador é o facilitador disto tudo.
Para ele seria necessário que a educação avançasse, que o currículo fosse reorganizado por projetos, e ele se baseia nas idéias de John Dewey ( 1859-1952), filosofo e pedagogo norte americano. Ele acredita que o docente deve abandonar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar num pesquisador, e o aluno automaticamente vai ser um sujeito parte deste processo.
O primeiro passo é determinar um assunto, uma dúvida, que a partir dela se comece a pesquisar e buscar respostas, despertando mais curiosidades por novos conhecimentos. É importante ter a conclusão do projeto para ver aonde se chegou, com as mais variadas formas que o educador e a sua turma encontrarem.

Pesquisa:
Já no livro de Fernando Hernandez há um convite à mudanças, à transgressão das barreiras que impedem o indivíduo de pensar por si mesmo, de construir uma nova relação educativa baseada na colaboração em sala de aula, na escola e com a comunidade.
É um convite a soltar a imaginação, a paixão e o risco para explorar novos caminhos que permitam que as escolas deixem de ser formadas por compartimentos fechados, horários fragmentados, arquipélagos de docentes e passem a converter-se uma comunidade de aprendizagem, onde a paixão pelo conhecimento seja o objetivo e a educação voltada para a cidadania, o horizonte ao qual se dirigir.
Parte do fato de ser o professor um agente de mudança, olhando sempre para o futuro, no afã de educar alunos (e não para o passado) e dessa maneira, transgredindo, muitas vezes, regras e normas estabelecidas.
O educador é, portanto, um transgressor do que existe, pronto, acabado, constituído e passado. Por acompanhar a dinâmica da sociedade, inova em termos de atitudes e comportamentos, tendendo à mudança de mentalidades, a par do questionamento sempre presente e base - assim como a atividade de pesquisa - para a construção do conhecimento.
Parte, em seguida, para falar sobre o ensino com pesquisa e projetos, a pesquisa transdisciplinar (feita com equipes multi/transdisciplares) e com objetivos não-lineares.
Estabelece um quadro de diferenças entre a forma de trabalho disciplinar (tradicional, fechada, linear) e a transdisciplinar (inovadora, aberta, radial). Ilustra o final do texto com projetos que acompanhou, na Espanha, nos últimos anos.
Tendo trabalhado no Brasil no final de 1997 em Belo Horizonte e visitado São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, Hernández é conhecedor das características, limitações e potencialidades do Brasil e de nosso sistema educacional. Dessa forma, o texto é de importância fundamental para o educador (ou o interessado em educação), preocupado com novas abordagens metodológicas que não as reduzidas ao âmbito da sala de aula e do professor reprodutor de conteúdos.
( Hernández, Fernando - Transgressão e Mudança na Educação os projetos de trabalho; trad. Jussara Haubert Rodrigues - Porto Alegre: ArtMed, 1998.)